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sexta-feira, abril 30, 2004

Isto e um Magnum Classic... 

Un bel dì, vedremo
levarsi un fil di fumo
sull'estremo confin del mare.
E poi la nave appare.
Poi la nave bianca
entra nel porto,
romba il suo saluto.

Vedi? È venuto!
Io non gli scendo incontro. Io no.
Mi metto là sul ciglio del colle e aspetto,
e aspetto gran tempo
e non mi pesa,
la lunga attesa.

E uscito dalla folla cittadina,
un uomo, un picciol punto
s'avvia per la collina.
Chi sarà? chi sarà?
E come sarà giunto
che dirà? che dirà?
Chiamerà Butterfly dalla lontana.
Io senza dar risposta
me ne starò nascosta
un po' per celia
e un po' per non morire
al primo incontro;
ed egli alquanto in pena
chiamerà, chiamerà:
"Piccina mogliettina,
olezzo di verbena"
i nomi che mi dava al suo venire.

Tutto questo avverrà,
te lo prometto.
Tienti la tua paura,
io con sicura fede l'aspetto.

Querem lá coisa melhor, para recuperar de uma visita ao lupanário nacional?

Dia de passeio 

Hoje é que é, não vão existir actualizações ao litanias. Vou estar em "visita de estudo", no Museu Nacional de Arqueologia.

quinta-feira, abril 29, 2004

Afinal, o gajo é médium! 

Que se lixe o Professor Karamba, que este é muito melhor!

quarta-feira, abril 28, 2004

Vendam os dedos, realmente... 

Depois de muito tempo a falar de forma semi-disfarçada sobre isso, o governo assume finalmente a intenção de, já este ano, proceder à privatização da Companhia das Lezírias. É fantástico! Não basta esta ser uma empresa pública que tem apresentado resultados positivos num sector como a agricultura, em que Portugal está, claramente, à beira do precipício, e o governo quer dar o passo em frente! Para além disso, a Companhia das Lezírias tem sido um exemplo de desenvolvimento sustentado, pautando-se por um enorme respeito pelo meio-ambiente! Mas, é claro que os 20000 hectares desta empresa, junto ao Tejo, são demasiado apetecíveis para os amiguinhos que querem construir uns empreendimentos turísticos com campos de golfe e afins, não é?! A malta compreende, há que desenvolver o turismo e tal...

Nem que seja à custa de um património natural riquíssimo, constituído por alguns dos terrenos mais férteis do país, onde se produz, para além de cavalos, gado taurino e porco preto, arroz, beterraba, milho, oliveira e vinha. Não nos esqueçamos, por exemplo, que os vinhos da Companhia das Lezírias foram nos últimos anos várias vezes premiados, para termos uma ideia do trabalho sério e com qualidade que ali se faz. Quanto ao turismo, meus senhores, são inúmeras as famílias, sobretudo da Grande Lisboa, que, ao fim-de-semana, ali vão para cheirarem um pouco o campo.

Como português e sobretudo como ribatejano, é para mim o bater no fundo deste governo de pacotilha, incompetente até à raíz desses cabelos neo-liberais!

Estamos esclarecidos, oh Flopes! 

Diz o PSL que, relativamente ao caso do Túnel do Marquês, a única verdadeira questão se prende com o Estudo de Impacto Ambiental que, segundo o próprio, nem é necessário. Bem visto, sim senhor, afinal, não é preciso fazer estudos sobre o impacto ambiental de uma obra no coração de Lisboa, onde é suposto abrir-se uma cratera descomunal. Eu próprio não estou bem a ver qual a necessidade dessas mariquices, pá!

Os blogs têm destas coisas... 

...às vezes, desaparecem! Mas custa-nos sempre mais quando desaparecem aqueles de que gostávamos, aqueles que visitávamos regularmente e que sabíamos que nos punham quase sempre bem dispostos.

Esta semana, desapareceu outro desses blogs. Xobi, reconsidera e volta, que fazes muita falta por cá!

E depois há aqueles que o vêem de outra forma... 

I have loved
In my life
As a child
I often cried

And love too soon
Can fade away
Love too soon
Can fail away

In the sun
Light of day
I can see
Your face change

And love too soon
Faze away
Love too soon
Can fail away

And this dreadful crime to see
Breaks my heart
Into pieces

Love too soon
Can fade away
Love too soon
Can fail away

How false the heart
How false the day
When you swore your love
The branches now decay

Love too soon
I'm faze away
Love too soon
I'm faze away

Pascal Comelade/PJ Harvey - Love too soon

terça-feira, abril 27, 2004

Há pessoas que fazem do Amor uma Religião 

Up those stone steps I climb
Hail this joyful day's return
Into its great shadowed vault I go
Hail the Pentecostal morn


The reading is from Luke 24
Where Christ returns to his loved ones
I look at the stone apostles
Think that it's alright for some


And I wish that I was made of stone
So that I would not have to see
A beauty impossible to define
A beauty impossible to believe


A beauty impossible to endure
The blood imparted in little sips
The smell of you still on my hands
As I bring the cup up to my lips


No God up in the sky
No devil beneath the sea
Could do the job that you did, baby
Of bringing me to my knees


Outside I sit on the stone steps
With nothing much to do
Forlorn and exhausted, baby
By the absence of you

Nick Cave - Brompton Oratory

Coito interrompido... 

...era o que os paizinhos deste senhor deviam ter feito!

Assim se vê a "democracia" madeirense...

segunda-feira, abril 26, 2004

Que chatice, esta história do limite de dois mandatos... 

"A história registará razões e erros e julgará a decisão que conduziu a uma intervenção militar, assente numa contestada doutrina de guerra preventiva e sem a legitimadora cobertura das Nações Unidas."

Jorge Sampaio, no discurso proferido ontem na Assembleia da República

Eles mentem, eles perdem...

Estatísticas 

É pena eu não poder incluir aqui um verdadeiro inquérito, para poder provar que a estatística não serve só para nos mostrar que a taxa de desemprego subiu de 4,1 para 6,4% entre 2000 e 2003. Se assim fosse, o meu primeiro inquérito seria:

"Qual acha que foi o momento mais difícil para o Ministro Paulo Portas durante a parada militar na Avenida da Liberdade?"

A - A vaia da população
B - Escolher qual a gravata que ia usar nesse dia
C - Decidir onde colar a pastilha quando ficou seca
D - Escolher qual o militar mais bem apessoado que lhe passou à frente nessa tarde

Vai ser ainda melhor, se fachos como tu não continuarem por cá, percebeste?! 

Mas ele não tinha dito que queria ir viver para os Estados Unidos?

Revolução informática 

O meu computador decidiu fazer o seu próprio 25 de Abril. Exactamente durante a madrugada de dia 25, decidiu tomar as rédeas do seu destino e não mais funcionar. Agradeço-lhe o facto de não ter podido postar nada sobre os 30 anos do 25 de Abril no dia certo...

sexta-feira, abril 23, 2004

O ataque da tribo de canibais 

Será impossível escrever algo de novo esta tarde, vou estar demasiado ocupado, com uma tribo de selvagens canibais (também conhecido popularmente como "grupo de 20 crianças do 1º ciclo do Ensino Básico")! Wish me luck!

quinta-feira, abril 22, 2004

"Oh Magoo u did it again", ou "Pelos vistos, o litanias deixou de ser um projecto a solo" 

O Oliveirinha, com a sua verborreia e atenção habituais, enviou-me mais uma litania, pedindo publicação. Poderá vir a ser uma colaboração habitual, por isso, vão-se acostumando, que, de vez em quando, têm o Oliveirinha à perna!

Polémica sobre Arábia Saudita e Angola

"Ora aí está o esforço Português para a pacificação do Médio Oriente. O mais engraçado é saber que na Arábia Saudita estão alojados os principais financiadores das organizações que pertencem ao tal “Eixo do Mal” e que, como se não bastasse, existe censura, discriminação sexual e uma apetência para atacar o Ocidente e intervir em Países como a Macedónia e a Bósnia militarmente.
Angola essa democracia exemplar!"

Como eu os compreendo... 

"Aonde eles têm posto a grana do meu imposto?"

quarta-feira, abril 21, 2004

Vejam lá se os russos não são espertos... 

Em vez de darem BMW's aos deputados, dão-lhes veículos utilitários (e úteis, que parece que a vida por aqueles lados pode ser meio agitada...)!

Agora é que o elemento masculino se tornou mesmo dispensável 

Raisospartiça, ós japoneses!...

Não é por ser sobre a paixão da minha vida... 

Mas eu gostava de ver a imprensa portuguesa com capacidade para fazer divulgação científica com este rigor e qualidade... A sério que gostava!

Paulo Portas promete recuperar capacidade submarina perdida 

Desde que viu aquele documentário sobre mergulho em apneia, nunca mais foi o mesmo...

Para atravessar contigo o deserto do mundo 

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

Sophia de Mello Breyner Andresen


"Giseliiii, práquê casaco dji péliiii..." 

O Greenpeace enviou, ao que parece, um convite a Naomi Campbell para ir assistir à forma como são mortas as focas que são utilizadas nos casacos que a senhora tão bem publicita. Com o tacto e a diplomacia habituais, a Greenpeace mima a super-modelo com epítetos como "prostituta das peles" e outros que tais. Mas há mais modelos neste prostíbulo e formas humorísticas de lhes explicar que estão a ser coniventes com comportamentos desprezíveis!

Um disco de duetos 

Jane Birkin tem novo álbum, feito sobretudo de duetos. Podem ouvi-lo aqui (e vê-lo, que o site inclui fotos fantásticas) e aproveitar para ouvi-la a cantar em português, com o Caetano Veloso...

Jane Birkin? Não estão a ver? Eh pá, a Jane Birkin, pá... aquela, a que fez...hummm... pronto aquela que era casada com o Serge Gainsbourg! " Je t'aime...Moi non plus"? Não 'tão a ver? Pronto, ok, deixem lá isso...

República Dominicana vai retirar tropas do Iraque 

Mas alguém tinha reparado que eles estavam lá?

Sem pés nem cabeça 

O nosso relacionamento com o "povo-irmão" começou desde cedo com o pé esquerdo... Mas logo tratámos de o cortar!

terça-feira, abril 20, 2004

"A que momento da história de Portugal, nós portugueses, perdemos os tomates?" 

A pedido de várias famílias (bem, na realidade, foi só uma...), publico aqui um texto que me foi enviado pelo Oliveirinha ('brigadinho, pá!), em relação ao post de Segunda-feira, relativo à notícia sobre Portugal no Pravda. Boa, miúdo, 'tá bonito!

"É arrepiante como um jornalista estrangeiro que possivelmente não vive cá tenha escrito um artigo tão clarividente, e tão no alvo como o Sr. Timothy Hinchey. Nunca nenhum jornal ou jornalista português ou dos media portugueses, tiveram a coragem de assumir claramente o que vai mal neste país. Má Liderança, aliás péssima, e não é só de agora, pessimismo generalizado e uma comunicação social que nos alimenta tão grande vício...o pessimismo!!!
Dou-vos um exemplo claro e real do que estou a falar: Aquando da inauguração da Expo 98 que, comparativamente à Expo Sevilha foi, manifestamente melhor, a anos luz diga-se, um jornalista da RTP abriu o jornal da Tarde expondo a inauguração da Exposição, teceu alguns gracejos acerca da exposição e no final, como é habitual em Portugal, filmou uma vista panorâmica da EXpo dizendo o quão bonita e limpa estava e depois filmou uma torneira qualquer que estava a pingar dizendo que apesar de tudo a organização estava a falhar!!! A diferença meus caros(as) é que em Espanha isso não acontece, ou seja, as pessoas enaltecem o bem que fazem, cá que faz bem tem que ter cuidado porque podem ralhar com ele e vende mais dizer mal seja do que for do que dizer bem seja lá do que for.
O nosso país vive, actualmente, dois graves problemas que não se reduzem à questão do desemprego crescente, sem tirar qualquer importância muito devida que esse mesmo problema tem, e ao défice orçamental. No entanto, o problema reside essencialmente no que se faz, ou seja, na negação total da responsabilidade e por consequência na negação do problema tendo como solução para o referido problema, uma comissão de estudo. É certo que os problemas têm que ser analisados para competente resolução que se quer eficaz, mas que, sabe-se que, por vezes, espaça-se no tempo por ter que ser forçosamente estrutural e demorar aplicar-se por própria inerência da complexidade e da quantidade de estruturas que têm que ser alteradas. À mais de 15 anos que se fala no problema da competitividade das empresas portuguesas estar assente nos salários baixos, pois, não por falta de conhecimento, mas por motivos que se prendem a outros factores que promovem campanhas publicitárias com cartões amarelos e vermelhos esse mesmo problema foi escamoteado com alguns liftings e máscaras de argila. Em suma, aqueles que ouvimos hoje ( AIP, e actual oposição ) que fizeram para resolver o problema? Eis o primeiro grave problema do nosso país, a falta de liderança séria que até agora ficou ao cargo de curiosos de livrinhos de marketing político na mão.
O segundo problema que o nosso país atravessa tem a ver com a incapacidade de mobilização popular para reclamar aquilo a que têm direito, ou seja, IVA a 19 %, privatizações feitas ao desbarato, congelamento de salários, Tropas no Iraque que mais será preciso para nos levantarmos do sofá ou tirar os olhos da Novela dos Morangos com ou sem açúcar e Big Brother, dar descanso aos tomates e lutar por aquilo que é de todos nós?"

Que o tempo te dê todo o tempo que queiras... 


segunda-feira, abril 19, 2004

Uma pequenina luz 

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha

Jorge de Sena


Até os russos já nos toparam 

O Pravda tem vários artigos sobre Portugal, mas este do início de 2004 faz um ponto da situação muito interessante. Grave mesmo é que parece que os russos acreditam piamente nas nossas capacidades! Depois são os portugueses que têm problemas de alcoolismo...

Nota cultural I 

Aos possíveis interessados, começo aqui uma nova série no litanias, em que indicarei sites que me pareçam interesantes.
O primeiro será um projecto chamado Becoming Human. Com a colaboração de alguns dos maiores paleoantropólogos mundiais, este site apresenta, para além de bastantes recursos informativos e educativos, um documentário online sobre a evolução humana. Giro e educativo. Depois digam que não fazemos serviço social...

Becoming Human

(É aconselhável uma ligação rápida, mas com dialup também se consegue ver o documentário.)

Sérgio Godinho em discurso directo 

Descobri agora que o Barnabé tem aqui uma entrevista com Sérgio Godinho, onde este fala do contexto que o levou a escrever algumas das suas canções.

Assobia para o lado, sim... 

Até pode ser que a malta não repare...

domingo, abril 18, 2004

Seguindo o exemplo de outros... 

Também não podia deixar de "contribuir"...



sábado, abril 17, 2004

Há piadas que são universais 

Só é pena algumas delas serem bem verdadeiras, como esta.

Mínimos Olímpicos 

O Ministério da Ciência e do Ensino Superior teve uma ideia louvável: implantar, no seu "Modelo de Financiamento do Sistema Científico, Tecnológico e de Inovação" uma medida intitulada "complemento de estímulo à excelência". E o que é isto? Nada mais que uma medida que visa combater a chamada "fuga de cérebros" para o estrangeiro, através de ajudas no financiamento à investigação para cientistas que atinjam o estatuto de "excelência". Até aqui, estou maravilhado.
Mas, importa agora questionar "e como é que o Estado define excelência?". Ora lá está! O Estado, em mais uma demonstração de clarividência deste governo, considerará que, para ser considerado como "de excelência", um cientista deve contabilizar já pelo menos cem artigos publicados em revistas referenciadas numa base de dados internacional e ter sido citados 200 vezes noutros trabalhos. Ou, em alternativa, contabilizar 50 artigos, cem citações e dez orientações de doutoramentos. Fantástico!
Como refere o JN, nem António Damásio, nem João Magueijo (e nem sequer Gary Backer, Prémio Nobel da Economia 1992) cumpririam os mínimos estabelecidos...

Crepúsculo 

É quando um espelho, no quarto,
se enfastia;
quando a noite se destaca
da cortina;
quando a carne tem o travo
da saliva,
e a saliva sabe a carne
dissolvida;
quando a força de vontade
ressuscita;
quando o pé sobre o sapato
se equilibra...
e quando às sete da tarde
morre o dia
- que dentro de nossas almas
se ilumina,
com luz lívida, a palavra
despedida.

David Mourão-Ferreira


Imagens 

Já há algum tempo que tento associar imagens ao litanias. Agora, finalmente está criado o site de apoio, onde estarão alojadas essas imagens. Sempre que um post tiver uma imagem associada, esta estará acessível através de um link assim: IMAGEM

sexta-feira, abril 16, 2004

Generosidade 

Apetece-me!

apetece-me estar contigo
sem horários nem pressas,
noutro caminho
noutro lugar...

apetece-me encontrar-te
sabendo que andas por aqui
dentro do meu coração,
fora de tudo e de todos...

apetece-me saber quem és
mudar a minha vida
ver, ouvir e sentir-te
mostrar quem sou...

apetece-me porque
o apetite aguça os sentidos
sei que estás aqui perto e distante,
sei que te apetece.

Por vezes, há actos de generosidade pura que partem de desconhecidos. É nesses momentos que acreditamos novamente no ser humano. Obrigado, Cláudia (pois, não julgavam que o poema meu, pois não?)!

quinta-feira, abril 15, 2004

Radicais de pacotilha, pois, pois... 

Ainda há quem mantenha o ar superior, o nariz empinado (deve ser para fugir ao mau cheiro) de quem acha que tem razão ao defender a intervenção no Iraque. Então, o ar paternalista com que falam é simplesmente fabuloso! Mas as mentiras que nos tentam vender caem de maduras contra argumentos como este...
Quem é que me explica o que é que esses "paladinos da liberdade" pretendem fazer com populações como esta, traumatizadas, sem nada a perder, fartas do terrorismo de estado promovido pelo Ocidente, consubstanciado no estado criminoso de Israel?

Preparar o pacote para as inaugurações?!!! 

Então, o Zé Manel vai fazer uma maratona de inaugurações na semana do 25 de Abril? E depois os outros é que são demagógicos...

Eu gosto tanto dele que não resisto! 

Quem venha ao litanias pensará que eu tenho algo de pessoal contra o senhor, mas não é verdade! Até porque, se tudo correr bem, eu nunca hei-de ter qualquer tipo de contacto pessoal com este indivíduo!
Mas o ritmo de insanidades é tão elevado, que, apesar de tentar, não consigo resistir!
Pelo estado em que tem estado o Iraque (ouvi dizer que está tornado num destino turístico muito barato), acho que esta afirmação é particularmente inteligente:
"Também não é difícil antever, se Bush ganhar as eleições, que países como o Irão e a Síria estarão na lista de prioridades políticas e militares da Casa Branca. Ou mudam como a Líbia, ou alguém os muda."
Realmente, ou mudam porque querem, ou alguém os põe a ferro e fogo e manda para lá uns milhares de militares para servirem de carne para canhão... Tens razão, ó Delgado!

Correndo o risco de ser repetitivo... 

Afinal, é o terceiro post de seguida sobre o novo álbum dos Mão Morta, mas estou realmente apaixonado pelo "Nus".
Para uma melhor compreensão do conceito por trás do álbum, ver aqui, em discurso directo.
"I saw the best minds of my generation destroyed by madness, starving hysterical..."

quarta-feira, abril 14, 2004

It's mine, all mine!!! 

Finalmente, após ter tido de fazer olhinhos a três meninas em três bancas de jornais diferentes, ter tentado subornar uma outra senhora que fazia o seu crochet tranquilamente, ter oferecido favores sexuais a uma quarta menina e ter implorado aos pés de uma senhora loira simpaticíssima, finalmente, dizia eu, consegui a minha cópia do "Nus"! E, mesmo assim, só porque um outro comprador desistiu da reserva dele, porque, afinal, nem gosta de Mão Morta (como dizia a senhora, ele gosta mais de "música às bolinhas", seja lá o que isso for...). Obrigadinho, Blitz, por só enviares 3 ou 4 cópias do CD para cada posto de venda! Mas, que se lixe, já cá canta (e como canta!)...

terça-feira, abril 13, 2004

Aleluia!!! 

Saiu hoje o novo álbum dos Mão Morta, "Nus"! Finalmente, uma boa notícia!

segunda-feira, abril 12, 2004

Falam-me de felicidadezinhas, amor e coisas dessas... 

Mas qual felicidade? O rame-rame diário para chegar a casa, aos abraços e beijos requentados, como o empadão de arroz que está no forno? A felicidade suprema da luta pelo telecomando? Ou a sublimação que discutir de quem é a vez de lavar a loiça nos dá?
Será mesmo "sentir a chuva a cair em mim como se fossem beijos"?
Cada vez me parece mais sensato substituir "beijos" por "bigornas"
Cessez d'être gentile, soyez vraie...

Recado 

ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte

vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer - vai por esse campo
de crateras extintas - vai por essa porta
de água tão vasta quanto a noite

deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te
e as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo - deixa
que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura
do teu breve coração - ouve-me

que o dia te seja limpo
e para lá da pele constrói o arco de sal
a morada eterna - o mar por onde fugirá
o etéreo visitante desta noite

não esqueças o navio carregado de lumes
de desejos em poeira - não esqueças o ouro
o marfim - os sessenta comprimidos letais
ao pequeno-almoço

Al Berto, Horto de Incêndio

Complicações tecnológicas 

Qualquer dia mando o Blogspot às malvas! Agora é a definição de hora que está adiantadíssima!!! E, por razões algo desconhecidas para mim, não a consigo mudar... Tecnologias americanas, é no que dá!

Abri os olhos tarde demais 

Quando dei pelo mau tempo, as nuvens já estavam sobre a minha cabeça, abri os olhos tarde demais.
Quando a chuva começou a cair, cada gota parecia feita de chumbo, pronta a deitar-me ao chão, foi porque abri os olhos tarde demais.
Quando tombei, todos acharam que já não me voltava a levantar, devo ter aberto os olhos tarde demais.
Mas quando me levantar, será de olhos bem abertos; bem abertos para aqueles que gostam de mim, mais ainda para aqueles que preferiam que eu continuasse por terra!
Quando me levantar, levanto-me de vez, de olhos bem abertos, mas, sobretudo, de coração aberto para o amor daqueles que me amam!

domingo, abril 11, 2004

Iluminada que ela é... 

Eu só gostava de saber se neste conceito também se inclui o terrorismo de Estado...
Isto é só filósofos!

"Depois, pedirei a lua, como os meninos pequenos." 

"Não falemos de virtudes pensadas ou sentidas. Há, nisto, umas para uso externo e outras para uso interno - todas verdadeiras igualmente - e com estas últimas é que a gente terá de se governar.
Não pense mais na maneira de encimar as cartas. Como lhe disse já, faça o que entender, que eu acho bem feito. No entanto, olhe que talvez não seja preciso. Serei ligeiro nas apreciações? Estarei descurando a coerência do seu espírito? Creio que não: desejo apenas, tanto quanto possível, ocupá-lo. Depois, pedirei a lua, como os meninos pequenos. Creia que é verdade.
Escreva, escreva sempre. Diga o que faz e o que não faz. Mande saudades ou lembranças, conforme as sentir."

Jorge de Sena

Colectânea 

“Sempre que estive prestes a levantar vôo agarraram-me as asas.”

“Aqui estou, novamente. Outro quarto, outra ala, já poucas me falta conhecer. Escolhi a vida que levo, que outra vida poderia querer quem sempre sonhou ser saltimbanco, jogral de filosofias, actor de palco pela vida fora? Tenho duas casas. A minha casa é verdade. Sobre a outra, a casa do mundo, sinto-me pairando, nunca ficando. E no entanto sei que a minha casa não é minha, só tudo o resto me pertence. O resto onde sinto que não fico.

Na minha casa estás tu. A minha casa é nossa. Mas a nossa casa não é nossa. Só o resto. Por isso pairo sobre esta cama, frente a esta janela com vista para uma janela com vista para esta janela. Porque à janela tu não estás e a cama não tem nem terá o teu cheiro e na ausência do teu cheiro se esvai a realidade destes lençóis. E no entanto dormirei. Ou pairarei sobre o sono, noutra noite sem a cadência do teu coração.

E a possibilidade da vida pairante é sorridente e leve, assim como as memórias que guardo dela. Simpáticas, posso dizê-lo. E sabê-las presentes dentro de mim é tudo aquilo de que este tronco precisa para saber que pode aguentar o risco de contigo querer partilhar raízes e solo.

Pairarei sobre o sono. Sem a cadência do teu coração.”

“Eu já nem consigo dizer que é preocupante a incapacidade que o ser humano tem de aprender com a história, que é desesperante a incapacidade que cada um de nós tem de olhar para dentro para daí poder olhar para fora com menos preconceito, começo a sentir-me a Dori, do Finding Nemo: se não tivesse memória do que tenho visto neste mundo talvez houvesse desculpa para continuar a repetir ad infinitum algo que ao longo dos séculos tem sido pregado por mentes bem mais clarividentes que a minha. Mas é também a memória do que tenho visto neste mundo que me devolve esperança de que, por um estranho capricho da natureza, ao comer o peixe haja quem incorpore o sermão. E com a esperança regressa a preocupação. E fecha-se o círculo. Por isso acabo por regressar sempre a estes temas, por isso continuo convicto de que a política - o serviço à "polis", à "cidade", e a cidade é feita de gente - ainda faz sentido. Que a democracia e a liberdade terão sempre neste campo a batalha final, embora apenas algumas das que a precedem.”

“Quer queiram quer não, senhores, tudo se resume ao seguinte:
1. ninguém tem certezas quanto ao início da vida e do que se convencionou chamar de "pessoa humana";
2. a despenalização não se pretende estendida para lá de uma certeza: a da existência de um sistema nervoso central já formado, entre as 12 e as 24 semanas;
3. todos os pontos de partida para a avaliação do que é um aborto se baseiam apenas e só em conceitos morais-filosóficos-ideológicos-éticos-pessoais, cada um tão válido como o outro, e em nada mais;
4. é uma questão de integridade física e de consciência da mulher - eventualmente do homem, mas esse tem escolha e muitas vezes escolhe não ter nada a ver com o assunto sem que ninguém o obrigue a carregar uma gravidez de nove meses no seu próprio corpo, não é verdade? -, de cada mulher individualmente, é uma decisão pessoal, é um direito inalienável e não é com base em princípios subjectivos e absolutamente contraditórios que um determinado grupo, por muito convicto que esteja da superioridade moral dos seus cânones, deve poder determinar o que é legal ou não no que toca à esfera íntima de cada um.
E se acham que isto, que não é mais do que escreve o Rui no seu post, é leviandade ou arrogância ideológica, então, caros senhores, permitam-me dizer que o conceito de democracia já conheceu, realmente, melhores dias.”

“Ando à beira de rebentar com esta questão do aborto. Começa a tornar-se intolerável admitir que um grupo político-moral-ideológico-religioso ou mesmo apenas conscientemente exercendo o seu direito ao livre pensamento consiga impor a sua vontade, do meio do novelo das suas próprias convicções e contradições, e sentir-se no direito de agredir a liberdade individual e física das mulheres deste país. Mas as mulheres já não são único e suficiente alvo, pois que uma vez perdidas... sim senhores, de pequenino se torce o destino, já diz o Sérgio, e deixemos agora ir a vós as criancinhas - para que comecem desde já a perder a sanidade mental.”

“Um espectáculo que termina é uma vida que acaba e se renova. É um alívio angustioso. É uma satisfação triste.(...) Terei muitas saudades dos desvarios cénicos dos lunáticos génios da matemática e dos privados desvarios de cada uma daquelas vozes e daquelas almas que encheram fatos de espuma e personagens. Do meu querido companheiro de cena e contracena, sempre tão atento, sempre tão generoso, sempre tão inspirador nas trocas e reconfortante nas energias. Dos senhores-músicos-instrumentistas que nos afagaram o soalho limpo e regular onde deslizaram os pés destes tangos. Do jardineiro-do-roseiral, que tanto tempo dedicou a cada um de nós e dos gritos de dor colectiva nascidos dos exercícios que nos fortaleceram corpo e espírito a cada passo.”

“A TSF está a passar Polo Norte!!!

Pronto, agora acabaram de vez com as minhas esperanças de que a decadência de inocência mascarada tivesse limites. Se a seguir vier o dueto do JPP com a desinFelix já nem sequer me vou chocar...”

“Psicanálise colectiva compulsória, já que, pelos vistos, não é possível demonstrar-lhes - até porque ninguém os trata assim - que são apenas 22 gajos de calções a correr atrás de uma bola? Uma espada Hatori Hanzo? Um chaimite a invadir o estádio? Acabar, por decreto, com um desporto que cada vez mais envergonha este país - quase mais que quem nos governa?

Se calhar o melhor mesmo é emigrar, de uma vez por todas. O que acabo de ver na televisão é deprimente, é bárbaro, é ofensivo, é assustador, é vergonhoso.

É Portugal. É futebol. Quase inevitavelmente, é lixo, merda, desumanidade. Eu tenho vergonha.”

“A greve aos salmonetes convocada pelo MOCHAT teve uma adesão absolutamente incipiente, donde se conclui que os dirigentes da dita organização já não podem viver sem a Truta.

Disse.”

“(...) abrir um precedente destes nesta cidade e neste país pode ser o suficiente para daqui a uns anitos, ao invés de se conseguir ver o rio de praticamente todos os miradouros de Lisboa, apenas se ver uma sucessão de imponentes "escarros", numa e noutra margem.”

E isto é apenas o reunir de alguns exemplos de 2004, sem incluir aqui a magnífica série “Névoa”...
Dito e feito, Manel...

quinta-feira, abril 08, 2004

Desculpa?! 

"Na escolha entre pesos-pesados políticos ou personalidades pragmáticas e funcionais, Durão optará sempre pelos últimos."

É o que eu digo, esta chusma tem uma lógica muito própria e muito engraçada (se não estivessem em posição de aplicar essa lógica directamente na vida dos portugueses...)! Até parece que este jovem se esqueceu da formação deste governo, quando foi evidente que alguns ministros foram segundas e terceiras escolhas, porque os tais pesos-pesados não se quiseram envolver num governo onde se encontrava presente uma organização tão perigosa e demagógica quanto o PP! Personalidades pragmáticas porque se preocuparam directamente com o seu próprio bolso? Ou funcionais porque não levantavam grandes problemas à coexistência com determinados elementos, por mais perigosos, radicais, mentirosos e fascizantes que fossem?

terça-feira, abril 06, 2004

Anarquista Duval 

Pela estrada fora vinha um homem
Encoberto pelas sombras da noite
Alguém lhe perguntou o nome
«Sou uma miragem, Dizem que semeio o caos e a destruição
Como o vento semeia as papoilas
O meu nome é... Liberdade»

Vinha pela estrada fora a Liberdade
Encoberta pela noite das sombras
«Sabes quem eu sou?» perguntou ao candeeiro
«És uma miragem
E pertences ao livro dos sublinhados provocadores
Que são os poetas
Almas sonhadoras»

«Anarquista Duval:
Prendo-te em nome da lei!»
«E eu suprimo-te em nome da Liberdade!!»

Sublinhados provocadores iam pela estrada fora
Carregando o livro das sombras
Da noite só restava o candeeiro
Encoberto

Adolfo Luxúria Canibal

Quem fala assim não é gago 

As desculpas a Saramago
"(...) Suficientes anos passados e um Nobel mais tarde, e quando Cavaco Silva é saudado como o novo homem providencial e autor de excelsas Autobiografias, entendeu o primeiro-ministro condenar «em absoluto» processos que no passado discriminaram Saramago por causa das suas opções individuais. Mas, pergunta-se: onde estava Durão Barroso quando Sousa Lara censurou o Evangelho? Na Gronelândia? Não. Fazia parte do Governo de Cavaco Silva. Nos Negócios Estrangeiros. Um secretário de Estado que meses depois passaria a ministro. E calou-se. Em absoluto.

Portanto, o que Durão Barroso devia ter dito é: mudei de ideias e de certezas, e por isso condeno hoje o que ontem aceitei em silêncio. A discriminação de um escritor por causa de opções individuais. O que Durão Barroso devia ter dito é que ele é, em absoluto, um ser relativo."

Mainada!

Não te cales, para a malta se rir... 

Realmente, o humor é um género em alta neste Portugal deprimido. Mas qualquer humorista de gabarito português, seja a maralha do Levanta-te e ri, o Herman, o Solnado, o Barroso ou o Portas, terá de se curvar ante o valor demonstrado pelo maior de todos... Senão, veja-se este conjunto de pérolas, todas elas pertencentes ao mesmo texto:

"Os portugueses precisam de ter mais orgulho nos militares da GNR que estão no Iraque, não só reforçando-lhes a auto-estima, como dando-lhes todo o apoio nacional que precisam." Oh pá, logo com um começo destes, não há abdominais que aguentem!!!

"Quando morreram soldados espanhóis, a população clamou por uma saída a correr?" Não, só o fizeram quando morreram 200 civis, no seu próprio país, 200 "soldados" do combate democrático...

"Independentemente da posição política ou partidária sobre o assunto, os soldados da GNR que estão no Iraque representam a Nação portuguesa, defendem a nossa bandeira, e vivem empenhados em cumprir uma missão de elevado risco, em nome de valores inquestionáveis." Inquestionáveis? Inquestionáveis?! Olha lá, pá, eu cá questiono os valores que eles auferem quando eu bem entender!!!

"É lamentável, no mínimo, esta sofreguidão pela retirada, sem mais, deixando tudo, ao mínimo incidente." Sempre achei engraçadíssima esta capacidade de minimização destes neo-liberais... Ele são danos colaterais aqui, mínimos incidentes ali... São uns manganões, estes rapazolas!

ADENDA

É óbvio que dizer que a maralha do Levanta-te e ri faz parte dos humoristas nacionais de gabarito é, já de si, uma piada...

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