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terça-feira, abril 20, 2004

"A que momento da história de Portugal, nós portugueses, perdemos os tomates?" 

A pedido de várias famílias (bem, na realidade, foi só uma...), publico aqui um texto que me foi enviado pelo Oliveirinha ('brigadinho, pá!), em relação ao post de Segunda-feira, relativo à notícia sobre Portugal no Pravda. Boa, miúdo, 'tá bonito!

"É arrepiante como um jornalista estrangeiro que possivelmente não vive cá tenha escrito um artigo tão clarividente, e tão no alvo como o Sr. Timothy Hinchey. Nunca nenhum jornal ou jornalista português ou dos media portugueses, tiveram a coragem de assumir claramente o que vai mal neste país. Má Liderança, aliás péssima, e não é só de agora, pessimismo generalizado e uma comunicação social que nos alimenta tão grande vício...o pessimismo!!!
Dou-vos um exemplo claro e real do que estou a falar: Aquando da inauguração da Expo 98 que, comparativamente à Expo Sevilha foi, manifestamente melhor, a anos luz diga-se, um jornalista da RTP abriu o jornal da Tarde expondo a inauguração da Exposição, teceu alguns gracejos acerca da exposição e no final, como é habitual em Portugal, filmou uma vista panorâmica da EXpo dizendo o quão bonita e limpa estava e depois filmou uma torneira qualquer que estava a pingar dizendo que apesar de tudo a organização estava a falhar!!! A diferença meus caros(as) é que em Espanha isso não acontece, ou seja, as pessoas enaltecem o bem que fazem, cá que faz bem tem que ter cuidado porque podem ralhar com ele e vende mais dizer mal seja do que for do que dizer bem seja lá do que for.
O nosso país vive, actualmente, dois graves problemas que não se reduzem à questão do desemprego crescente, sem tirar qualquer importância muito devida que esse mesmo problema tem, e ao défice orçamental. No entanto, o problema reside essencialmente no que se faz, ou seja, na negação total da responsabilidade e por consequência na negação do problema tendo como solução para o referido problema, uma comissão de estudo. É certo que os problemas têm que ser analisados para competente resolução que se quer eficaz, mas que, sabe-se que, por vezes, espaça-se no tempo por ter que ser forçosamente estrutural e demorar aplicar-se por própria inerência da complexidade e da quantidade de estruturas que têm que ser alteradas. À mais de 15 anos que se fala no problema da competitividade das empresas portuguesas estar assente nos salários baixos, pois, não por falta de conhecimento, mas por motivos que se prendem a outros factores que promovem campanhas publicitárias com cartões amarelos e vermelhos esse mesmo problema foi escamoteado com alguns liftings e máscaras de argila. Em suma, aqueles que ouvimos hoje ( AIP, e actual oposição ) que fizeram para resolver o problema? Eis o primeiro grave problema do nosso país, a falta de liderança séria que até agora ficou ao cargo de curiosos de livrinhos de marketing político na mão.
O segundo problema que o nosso país atravessa tem a ver com a incapacidade de mobilização popular para reclamar aquilo a que têm direito, ou seja, IVA a 19 %, privatizações feitas ao desbarato, congelamento de salários, Tropas no Iraque que mais será preciso para nos levantarmos do sofá ou tirar os olhos da Novela dos Morangos com ou sem açúcar e Big Brother, dar descanso aos tomates e lutar por aquilo que é de todos nós?"

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