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domingo, maio 30, 2004

Vireno, aquel mimanso regalado 

Vireno, aquel' cordeiro tão mimado
e de coleira azul, aquel' formoso
que com balido rouco e amoroso
levava pelos montes a meu gado,

aquel', de seu tosão tão encrespado,
e alegres olhos e mirar gracioso,
por quem eu de ninguém fui invejoso,
sendo de mil pastores invejado,

já mo roubaram, ó Vireno irmão:
para outro já retouça, outro provoca,
dorme de dia as noites que acarinha;

já come o branco sal por outra mão,
já come alheia mão com sua boca
de cuja língua se abrasou a minha.

Lope de Vega - Tradução de Jorge de Sena


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