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quarta-feira, maio 19, 2004

Amor, che meco al buon tempo stavi 

Amor, comigo noutro tempo estavas
Entre estas margens do pensar amigas
E p'ra saldar nossas razões antigas
Comigo e o rio arrazoando andavas:

Flor's, frondes, sombras, ondas, antros, cavas,
Profundos vales, altos montes, sigas,
Que repouso me foram das fadigas
E hoje o não são de tantas mágoas bravas.

Ó vós que os ermos habitais do bosco,
ó ninfas, e quem mais do fresco fundo
Do líquido cristal se alberga e pasce:

Tão claro foi meu dia, ora é tão fosco
Como a Morte que o faz. Assim no mundo
Ventura vem do dia em que se nasce.

Francesco Petrarca (tradução de Jorge de Sena)


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