domingo, março 14, 2004
Dias de reflexão
Excusei-me a comentar os atentados em Madrid antes, sobretudo para tentar evitar a onda de solidariedade mais imediatista e também para fugir aos sentimentalismos bacocos que sempre vêm à tona nestas alturas. No entanto, desde o início que esta tentativa de colar a ETA aos atentados me cheirou a esturro. É possível (e bem provável) que a ETA tivesse colaborado de alguma forma na elaboração dos ataques, mas daí a considerá-la como a autora dos atentados, vai um grande passo! Primeiro que tudo, esta acção não se parece nada com o tipo de actividades que a ETA tinha vindo a desenvolver; em segundo lugar, não me lembro de alguma vez a ETA ter renegado alguma das suas acções, mostrando, inclusive, orgulho em assumi-las (nem me lembro de alguma vez ter visto a ETA reivindicar atentados que não fossem da sua autoria).
Mas esta atitude do governo Aznar não surpreende. Qualquer elemento presente na cimeira das Lajes tem um capital de credibilidade zero, mas particularmente o Zé Maria já nos tinha demonstrado com a questão Prestige a sua habilidade e propensão para a mentira...
Finalmente, uma nota de pesar pela comunicação social espanhola, que, em dia de reflexão, com uma manifestação espontânea de populares exigindo respostas frente à sede nacional do PP, se deixou manipular ao mais alto nível, com a televisão a fazer destes acontecimentos uma cobertura reduzida e a transmitir reportagens sobre a ETA, nomeadamente sobre o caso Miguel Angel Blanco... Tão democratas que nós somos, não é, Zé Maria? E não adianta de nada o argumento que a manifestação seria ilegal por se tratar de um dia de reflexão. Com acontecimentos tão graves, com atitudes tão dúbias por parte do governo espanhol, numa sociedade que se quer democrática e da informação, é encorajador para mim ver a população espanhola a exigir respostas! Aquilo que aqueles manifestantes disseram foi "queremos votar em consciência, exigimos saber a verdade"! Fossem os portugueses tão conscientes da importância dos seus deveres cívicos quanto os espanhóis demonstraram ser!
Mas esta atitude do governo Aznar não surpreende. Qualquer elemento presente na cimeira das Lajes tem um capital de credibilidade zero, mas particularmente o Zé Maria já nos tinha demonstrado com a questão Prestige a sua habilidade e propensão para a mentira...
Finalmente, uma nota de pesar pela comunicação social espanhola, que, em dia de reflexão, com uma manifestação espontânea de populares exigindo respostas frente à sede nacional do PP, se deixou manipular ao mais alto nível, com a televisão a fazer destes acontecimentos uma cobertura reduzida e a transmitir reportagens sobre a ETA, nomeadamente sobre o caso Miguel Angel Blanco... Tão democratas que nós somos, não é, Zé Maria? E não adianta de nada o argumento que a manifestação seria ilegal por se tratar de um dia de reflexão. Com acontecimentos tão graves, com atitudes tão dúbias por parte do governo espanhol, numa sociedade que se quer democrática e da informação, é encorajador para mim ver a população espanhola a exigir respostas! Aquilo que aqueles manifestantes disseram foi "queremos votar em consciência, exigimos saber a verdade"! Fossem os portugueses tão conscientes da importância dos seus deveres cívicos quanto os espanhóis demonstraram ser!
